segunda-feira, 10 de junho de 2024

CASO DE SERIAL KILLER GAÚCHO QUE MATAVA MENINOS COMPLETA 20 ANOS

Foto: Face Obscura
O caso do “Monstro de Passo Fundo” está completando 20 anos agora em 2024. Adriano da Silva colocou o Rio Grande do Sul nas manchetes do Brasil e no mundo em 2004, quando foi preso. Ele é um assassino em série e pedófilo brasileiro responsável pela morte de, ao menos, nove crianças no interior do Estado, entre agosto de 2002 e janeiro de 2004 nas cidades de Passo Fundo, Lagoa Vermelha, Soledade e Sananduva.
Em 2002, o corpo da primeira vítima era encontrado em Lagoa Vermelha. Nos meses seguintes, ele mataria outros oito meninos, de acordo com provas colhidas pelo Ministério Público. A primeira vítima conhecida do serial killer foi Éderson Leite, de 12 anos. Em 16 de agosto de 2002, ele saiu de casa para vender números de rifas de uma escolinha de futebol da cidade, e nunca mais foi visto com vida.
Depois de 23 dias de buscas, que contaram com a ajuda de moradores da cidade, o corpo foi encontrado próximo a um riacho. "Ele era bem extrovertido, brincava, jogava bola, ia no colégio, sempre assim companheiro. A gente não sabia quem tinha feito isso, a gente nem imaginava porque ia pensar em quem né", diz a mãe de Éderson, Erli Leite.
Foto: Canalcienciascriminais.com.br
"Crimes seguiram em 2003"
Em 2003, os crimes continuaram. No mês de abril, em Soledade, Douglas de Oliveira Hass, de 10 anos desapareceu. No mesmo ano, em menos de oito meses, cinco meninos desapareceram em Passo Fundo.
"A Polícia Civil no início trabalhava com diversas hipóteses, mas no momento em que começaram a se suceder os crimes, com crianças, com os mesmos vestígios, ou seja, com o sinal de estrangulamento, uso de corda, fio no pescoço, para asfixiá-lo e também sinais de abuso sexual, a polícia começou a olhar com mais intensidade para essa linha de que era um autor só", disse o delegado aposentado Paulo Ruschel.
Em outubro de 2003, Leonardo Dornelles dos Santos, de 8 anos, foi visto pela última vez em um fliperama. "A família obteve uma informação bem importante tendo em vista que a vítima tinha sido vista conversando com o suspeito e conseguiu encontrar o paradeiro dessa pessoa. A partir dali a polícia ouviu esse suspeito, até então, que apresentou, aí que é questão, uma certidão de nascimento com o nome que na verdade na época foi dado o nome 'Gabriel Vicente da Silva' e que ao se consultar no sistema não se verificou qualquer mandado de prisão contra essa pessoa, ele foi liberado, mas foi tirado uma fotografia de rosto", contou Ruschel.
O homem foi intimado e deveria ter retornado à delegacia, mas acabou fugindo. "Descobrimos que esse Gabriel tinha um trabalho ativo no Paraná. Contatamos a delegacia daquele local que confirmaram que lá tinha um 'pacato morador' Gabriel Vicente da Silva, e que estava lá, morando lá, não tinha saído da cidade. Nós encaminhamos a foto para aquela delegacia e partir daí surgiu pela primeira vez o nome correto e verdadeiro do autor. O Adriano da Silva", disse o delegado.
Na época com 25 anos, Adriano da Silva era foragido da Justiça do Paraná. Ele tinha sido condenado a quase 30 anos de prisão por um latrocínio, roubo seguido de morte, formação de quadrilha e ocultação de cadáver, no Paraná. Teria 21 anos de detenção para cumprir, mas fugiu depois de seis meses. Durante as investigações feitas pela Polícia gaúcha do RS chegou a ser preso, mas foi solto por falta de provas.
As buscas começaram mas, mesmo assim, em janeiro de 2004, Adriano fez mais uma vítima. Daniel Bernardi Lourenço, de 14 anos, vendia picolés quando Adriano encomendou sorvetes para uma festa. De acordo com a polícia, o menino foi espancado e violentado. O corpo dele foi encontrado em uma lavoura.
Um amigo que estava com Daniel reconheceu Adriano. A polícia encontrou o homem três dias depois em uma estrada próximo da divisa com Santa Catarina.
"O Ministério Público acredita que seja o maior Serial Killer da história gaúcha"
"A partir do momento em que se linkou algumas características semelhantes do crime, a região, mas efetivamente a partir do momento em que se conseguiu prender o Adriano da Silva e ele passa a confessar toda aquela série de delitos que ele cometeu", afirmou o promotor de justiça Fabiano Dallazen.
No depoimento à polícia, Adriano teria revelado que usava golpes de artes marciais e que atraía os meninos oferecendo dinheiro. Garantiu também que só abusava sexualmente dos meninos depois de matá-los. Nunca, segundo o depoimento, levava nada das crianças, nem roupas ou objetos.
Foto: Jornal da época dos assassinatos — Foto: Reprodução/RBS TV
No primeiro depoimento à polícia, Adriano detalhou os crimes cometidos, mostrando-se frio e calculista. Ele revelou que usava golpes de artes marciais e que atraía os meninos oferecendo dinheiro.
Após ser condenado, seu perfil psicológico foi analisado por técnicos, que constataram racionalidade e a incapacidade de considerar outras pessoas como seres humanos.
"Laudo indicou vício por matar"
Um laudo do Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso, de 2004, apresentou mais detalhes sobre o perfil de Adriano da Silva. No exame, ele relatou um vício por matar e chegou a dizer que poderia ter feito outras vítimas se continuasse solto.
Para os técnicos, ele mostrou uma fria racionalidade e incapacidade de considerar outras pessoas como seres humanos. A indicação era para que ele cumprisse pena em uma penitenciária de segurança máxima. Reforçando que Adriano era plenamente capaz de entender o caráter ilícito dos crimes.
"Ao mesmo tempo em que ele apresentava um diagnóstico que era do transtorno antissocial de personalidade, ou seja, ele tinha uma grande dificuldade de se adaptar as regras e entender aquilo que ele estava fazendo de uma forma correta. Ao mesmo tempo disse que aquilo não tinha cura e no momento em que ele sair é propenso a praticar os mesmos delitos e por isso indicava o maior tempo de reclusão possível", destacou Dallazen.
Foto: MPRS.MP.BR
"Como foram os julgamentos"
Adriano foi julgado em júri popular pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, atentado violento ao pudor, estupro, falsa identidade e furto. Estes casos ocorreram ao longo de cinco anos em diferentes cidades, levando-o a ser condenado em todos. Ele demonstrou calma e frieza durante os julgamentos, mesmo sob custódia e algemas.
Foto: Fala de Adriano da Silva no laudo médico — Foto: Reprodução/RBS TV
"Serial Killer deve ser solto em 2034"
Apesar de somar penas de mais de 200 anos de prisão em regime fechado, pela legislação brasileira na época, Adriano deve deixar o presídio em 2034. Com a possibilidade de soltura, autoridades e famílias das vítimas começam a questionar o que será feito deste indivíduo e se ele realmente estará reabilitado.
A juíza Lísia Dorneles Dal Osto, que acompanhou o julgamento, questionou: “O que o Estado vai fazer com esse cidadão com o Adriano da Silva, quando terminar o tempo de pena dele? O que vai fazer quando abrir as portas para receber esse cidadão com esse diagnóstico que ele tem?”. Por enquanto, as famílias das vítimas relembram memórias dolorosas e esperam por justiça.
"Vítimas confirmadas"
• Éderson Leite, 12 anos: morto em 16 de agosto de 2002;
• Douglas Oliveira Hass, 10 anos: morto em abril de 2003;
• Alessandro Silveira, 13 anos: morto em setembro de 2003;
• Volnei Siqueira dos Santos, 12 anos: morto em 9 de julho de 2003;
• Junior Reis Loureiro, 10 anos: morto em setembro de 2003;
• Jéferson Borges Silveira, 11 anos: morto em setembro de 2003;
• Leandro Dornelles dos Santos, 8 anos: morto em outubro de 2003;
• Luciano Rodrigues, 9 anos: morto em novembro de 2003;
• Daniel Bernardi Lourenço, 14 anos: morto em 02 de janeiro de 2004.
Fontes:
- Face Obscura
- Jornal O Globo
- www.jusbrasil.com.br
- canalcienciascriminais.com.br
Veja Serial Killers Brasileiros – “Adriano da Silva”: https://www.youtube.com/watch?v=bKFR2oHhpvU

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