Há muito tempo, nos céus sobre o raso Mar de Eromanga, que em algum momento cobria o que hoje corresponde ao árido interior da Austrália, planava um formidável pterossauro — um réptil voador — ostentando uma crista óssea na ponta de suas mandíbulas superior e inferior e uma boca cheia de dentes em forma de espinhos, ideais para capturar peixes e outras presas marinhas.
Cientistas anunciaram a descoberta, no estado australiano de Queensland, de fósseis da tal criatura, que viveu com os dinossauros e vários répteis marinhos durante o período Cretáceo. Chamada de Haliskia peterseni, seus restos mortais são os mais completos do que o de qualquer pterossauro já descoberto na Austrália.
Com uma envergadura de 4,6 metros, ele viveu há cerca de 100 milhões de anos, tornando Haliskia um pouco maior e mais antigo —em cerca de 5 milhões de anos— do que o pterossauro Ferrodraco, cuja descoberta foi anunciada em 2019.
Haliskia significa "fantasma do mar", e essa criatura pode ter sido uma visão assustadora, voando acima das ondas.
"O Mar de Eromanga era um grande mar interno que cobria grande parte da Austrália quando esse pterossauro estava vivo, mas ambos desapareceram. O fantasma de ambos é evidente pelos fósseis que encontramos na área", afirmou Adele Pentland, estudante de doutorado em paleontologia na Universidade Curtin, na Austrália, e principal autora do estudo publicado nesta semana pelo jornal Scientific Reports.
Os esqueletos frágeis dos pterossauros não resistem bem à fossilização. No caso do Haliskia, 22% do esqueleto foi desenterrado, com mandíbulas inferiores completas, a ponta da mandíbula superior, ossos da garganta, 43 dentes, vértebras, costelas, ossos de ambas as asas e parte de uma perna.
Pentland disse ter ficado "espantada" com o fato de o espécime de Haliskia ter preservado os ossos da garganta. "Eles são tão finos quanto um pedaço de espaguete, e um deles está completo de ponta a ponta", disse.
Os restos de Haliskia estão mais completos do que os de Ferrodraco. Ambos são membros de um grupo de pterossauros chamados Anhanguera, conhecidos por descobertas na China, nos Estados Unidos, no Brasil, na Espanha e em Marrocos.
Fonte: UOL
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